A terra do Lowlands

Dessa vez deu tudo certo para viajarmos para Edimburgo (Escócia) que fica à 5 hs de Londres, se for de trem. Peguei férias da faculdade, dois dias (nossa que férias!) e peguei folga do café que trabalho pela manhã, fomos numa sexta e retornamos na segunda. Eu, meu bem, Maura e Renato.
Sempre nas nossas viagens eu e Igor chegávamos na hora certa, mas desta vez, por causa do trânsito chegamos atrasados na estação de King's Cross, Maura e Renato já estavam esperando, o trem saía às 9:00, nós chegamos às 9:03 e o trem não estava mais lá. Pontualidade incrível, chega a ser chata! Pegamos então o trem das 10:00.
Cheguei em Edimburgo estava uma chuva fina, o hostel que fiquei era bem perto da estação, no centro. A entrada era muito feia, eles pintaram vários bonequinhos na parede pra disfarçar, mas não ajudou muito não. A escada era terrível, mas o hostel em si, era bacaninha, uma cozinha grande, o banheiro era compartilhado, achei q isso seria um problema, mas até que foi tranquilo, tirando que alguem cagou na porta das duchas e deixou lá sua obra pra todos verem, e um bando de rapazes conseguiu abrir a porta do nosso quarto com outra chave enquanto Maura e eu estávamos lá, não teve mais problemas. Coisas de hostel!


Nos próximos dias ficou meio nublado, às vezes fazia sol, mas não choveu mais, isso foi ótimo e tb não fez tanto frio. Os lugares turísticos se concentram no centro da cidade e tudo é muito legal, adorei a cidade. Andei muito a pé, fiz o free tour e soube de muitas histórias interessantes da cidade. Uma delas é sobre uma mulher que era casada e teve um caso, ela ficou grávida do amante, mas o bebê nasceu prematuro e morreu, então ela o enterrou próximo a um rio, mas depois de alguns dias encontraram o corpo do bebê e descobriram que era o filho dela, então ela foi condenada a morte, não por ter tido um caso extra conjugal, nem por ter enterrado o filho, mas sim por ter escondido a gravidez, que naquela época era crime. Ela foi enforcada, mas não morreu e como não podiam julgá-la pelo mesmo crime, tiveram que libertá-la. Até hoje tem o pub com o nome dela.


Outra história é desse cachorrinho, chamado Bobby, ele ficou por 14 anos ao lado do túmulo do seu dono, tentaram tirar o cachorro de lá, mas ele sempre acabava voltando até sua própria morte em 1872. O cão está enterrado a quase 70 metros de seu dono, num pequeno pedaço de solo não consagrado (já que sendo um animal, não poderia ficar exatamente no cemitério), mas dentro dos portões da Igreja.
Fui no castelo de Edimburgo que é muito legal, em três horas dá pra ver tudo, tem umas salas onde ficavam os prisioneiros, tudo copiando como era antigamente.
Fui em um morro chamado Calton Hill, de onde se vê toda a cidade, tem uma vista linda e umas colunas bacanas tb. Venta muito e lá encontramos vários brazucas turistas.
Na rua sempre passava um homem de kilt, a saia xadrez, mas essa roupa é mais usada em ocasiões especiais, tipo um casamento, festas...


Fui no museu do Whisky com vários tipos, preços, tamanhos, mas fui provar do legítimo num pub ao lado do hostel. Não entendo muito não, mas é gostoso!
No último dia fomos atrás do tal do boi que a Maura tanto quis ver. Fomos encontrá-lo num hotel, mais afastado do centro, parecia uma fazenda antiga, com um casarão no fim da estrada, um pasto grande, lá encontramos três bois escoceses, eles tem o pelo grande, chega a fazer franja. São grandes e muito pesados, mas parecia ser bem mansinho.
Voltamos pro hostel, pegamos nossa malinha e o trem para voltar pra Londres.
Em relação ao título do blog, quer dizer a região plana da Escócia, onde está Glasgow e Edimburgo. Na região montanhosa do país é chamada Highlands.

O dia que Londres parou

Um dia pra ficar na memória de todos que residem em Londres. O mês de fevereiro começou todo branquinho, na última segunda-feira uma frente fria trouxe além do frio, muita neve que cobriu a cidade deixando-a mais linda. Como não se via à 18 anos, a neve cobria todas as ruas, carros, deixando uma camada de 20 centímetros de gelo.
E como eu sempre dizia.. se é pra passar frio, então que pelo menos eu veja neve! Eu fiquei deslumbrada com a beleza da neve, é muito legal brincar, fazer guerrinha de neve, foi um dia inesquecível. Começou a nevar no domingo a tarde, mas era pouquinho, até que de madrugada o Igor me acorda.. "Érica, vem ver! Está nevando muito, tudo branquinho!" Foi muito massa, 1h da manhã fomos brincar na neve, a empolgação foi tanta que nenhum dos dois lembrou de pegar a chave de casa e ficamos presos do lado de fora. E pra meu desespero quem estava em casa era a nojenta da russa, o cara legal estava viajando. Então era esmurrar a porta até que ela viesse abrir ou dormir.. na neve. Nisso eu já estava grilada, nem queria saber de neve mais, sem celular, sem nada. Depois de 20 min. batendo na porta e gritando o nome dela, ela veio e abriu a porta, ufa!
Mas beleza, essa foi a primeira vez que curtimos, logo depois às 6h da manhã eu estava indo trabalhar e foi a vez deu acordar o Igor pra gente tirar mais fotos e nisso nevando sem parar, a noite toda, não parou de nevar um minuto.
A coisa foi tão feia que os ônibus não funcionaram, metrôs atrasados, escolas fecharam, eu não fui trabalhar e todos ganharam um dia de off, em plena segunda. A cidade ficou um verdadeiro caos.
A tarde nós fomos a pé em Finsbury Park, uns 20 min. de casa, mas foi legal porque é um parque grande e tiramos muitas fotos por lá, pelo caminho a gente via vários bonecos de neve (cada um mais bizonho que o outro), as crianças aproveitando o dia. E nós também, fizemos guerrinha, boneco de neve, tiramos várias fotos. Mas chegou uma hora que minhas mãos e pés estavam doendo de tanto frio, mesmo de luva, então voltamos para casa.
No orkut era até engraçado, só via as atualizações das fotos da galera de brasileiros que vive em Londres, só neve, neve, neve!